Alma Pantaneira termina expedição no Pantanal

Foram feitos mais de 5 mil procedimentos médicos, odontológicos e veterinários, além de ajuda para recuperar escola atingida por vendaval

Depois de 12 dias e mais de 1800 km percorridos, realizando atendimentos médicos, odontológicos e veterinários, os 42 integrantes da Expedição Alma Pantaneira chegam à Cuiabá, capital do Mato Grosso. Ao todo foram realizadas mais de 5 mil procedimentos na população pantaneira, entregues cerca de três toneladas de roupas, brinquedos e material de higiene pessoal. Além disso, o grupo participou da recuperação das instalações da Escola das Águas, no Pantanal do Paiaguás, atingida por forte vendaval.


O grupo saiu de Campo Grande (MS) no dia 23 de outubro, seguindo pela BR-262 passando por Miranda (MS) até chegar na Estrada Parque do Pantanal, até a primeira parada, na escola municipal Sebastião Rolon onde montaram uma base de atendimento. Além das crianças que estudam no lugar, ainda foram atendidos os moradores da região. “É um lugar distante e é muito difícil para as pessoas buscarem tratamento. Atendemos pacientes que não iam há anos em um médico ou dentista”, comenta Elisclay, dentista de Rio Verde (MS) e que participa pela sétima vez da Expedição.


Para aumentar o alcance dos atendimentos, o grupo de apoio que integra o grupo faz o serviço de buscar as pessoas que moram na região e que não tem como chegar aos médicos. Rony Fujii, veterinário da Servisal, uma das empresas que apoiam o projeto, foi um dos que fez esse trabalho. “Sabemos que não é fácil o deslocamento pelos caminhos pantaneiros. Há pessoas que já são idosas, ou que tem crianças de colo e precisam ser alcançadas. Transportamos uma mãe com sua filha com deficiência de locomoção. Ela teria que andar mais de quatro horas carregando a criança no colo para chegar até a gente. É muito gratificante poder ajudar gente assim”, comenta o veterinário.
Ao todo foram montadas seis bases de atendimento em fazendas e escolas que tem mais estrutura para receber os consultórios portáteis e as equipes médicas e odontológicas.
“Hoje levamos equipamentos de ponta como um raio-x odontológico, ultrassom e até um aparelho que faz exames de análises clínicas em menos de uma hora. Com isso conseguimos melhorar muito a qualidade dos atendimentos”, comenta Waldir Albaneze, um dos idealizadores da Expedição.

Escola das Águas

No dia 30 de outubro um forte vendaval destelhou parte da Escola das Águas no Pantanal do Paiaguás. Distante cerca de 20 horas de Corumbá, o lugar abriga hoje 47 crianças que vivem em regime de internato, além dos professores. Colchões, roupas de cama, material escolar, foram atingidos. As telhas de alumínio também foram danificadas. “Quando soubemos o que havia acontecido deu um aperto no coração. Já atendemos essa escola há nove anos e sabemos das dificuldades. As crianças que vivem aqui passam meses sem ver os pais que trabalham na lida pantaneira e dependem da escola. Para chegar rápido, nós dividimos nosso grupo. Parte ficou em atendimento na fazenda Viveirinho e parte rumou na madrugada do dia seguinte até a escola. Quando chegamos o cenário era de destruição. As crianças estavam ainda assustadas e tiveram que se espremer em uma parte da escola que tinha telhado. Fizemos uma força tarefa e conseguimos recolocar provisoriamente as telhas”, explica Geraldo Albaneze, um dos líderes da Alma Pantaneira.
O grupo também fez uma campanha pelas redes sociais pedindo donativos. “Foi uma grande corrente do bem. Muitos que assistiram nossos vídeos se sensibilizaram e as doações começaram a chegar. Ao todo conseguimos perto de R$ 110 mil. Com isso, a escola vai ficar melhor do que estava”, se emociona o jornalista Paulo Cruz, que participa há três anos da expedição.

Homem Pantaneiro

Além de cuidar da fauna e flora da maior planície alagável do planeta, olhar para o homem pantaneiro é um dos objetivos da Expedição. “A gente que vive nessa região é a principal protetora do pantanal. Eles são os maiores interessado em manter e preservar os bichos e as plantas. O que fazemos é ajudar a manter essas pessoas nesse lugar levando assistência médica, odontológica e pesquisadores que trabalham para melhorar a vida por aqui”, explica Diogo Albaneze, diretor do Instituto Alma Pantaneira.

Ajuda

Para manter o projeto da expedição, o instituto conta com apoio de patrocinadores e apoiadores que fazem contribuições ao longo do ano. Quem quiser participar com qualquer tipo de ajuda pode entrar em contato pelo site www.institutoalmapantaneira.com.br ou pelo Instagram @institutoalmapanraneira.